Ainda novidade no Brasil, o Governo de Mato Grosso resolveu investir em tecnologia para tentar combater as queimadas criminosas que atingem o Estado neste período de seca. Já está confirmada a compra de 30 toneladas do Licet-f, produto nacional que será utilizado para evitar o avanço do fogo sobre a mata. Segundo o fabricante, o Rio Sagrado Industrial Química Ltda, de Curitiba (PR), o composto químico é biodegradável, atóxico, não é corrosivo e tem a mesma viscosidade e densidade da água, o que facilita a sua aplicação por terra ou ar, e não causa danos ao ser humano e nem ao meio ambiente.
O produto atua diretamente sobre os três componentes do triângulo do fogo, ou seja, sobre o material combustível, no caso a floresta, sobre o calor e sobre o oxigênio. “No contato das chamas com a área de aplicação do produto ocorre uma liberação de gases que dificultam a presença do oxigênio circundante. Isto ocasiona uma redução do calor gerado pela combustão. Após a liberação completa dos gases, permanece sobre a vegetação um residual químico que funciona como um “isolante” térmico, fornecendo ao material combustível resistência contra as chamas”, anuncia o fabricante em seu endereço virtual. “É muito importante ressaltar que todas estas reações ocorrem ao mesmo tempo, por isso o Licet-f é tão eficiente no combate aos incêndios florestais”, completa.
Em Mato Grosso, o superintendente da Defesa Civil, major Aguinaldo Pereira, detalha que o produto possui grandes vantagens em relação aos seus principais concorrentes. Com fabricação nacional, o custo é menor, e por se tratar de um produto sólido, o transporte até pontos próximos às queimadas fica facilitado. Para se combater o fogo é necessário dissolver 250 gramas do composto a cada litro de água.
Conforme a variação da vegetação e do relevo, o químico permite que cada litro evite o avanço da queimada em uma área aproximada de três a quatro hectares. “Nós acreditamos que esta quantidade adquirida, 30 toneladas, será muito importante para evitar que as queimadas saiam do controle. Se houver necessidade, o Estado não descarta aumentar este estoque”, diz.
A aquisição da barreira química contra o avanço do fogo teve respaldo do Corpo de Bombeiros, que testou duas vezes com sucesso o produto em 2008 em áreas da Usina Itamaraty, em Nova Olímpia. Em um dos testes, um avião agrícola pulverizou cerca de 1.400 litros do Licet-f numa faixa de 50 x 10 da lavoura logo após o início de uma queima autorizada e controlada.
Fonte aqui.
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